O balanço que não quero fazer

Em seis meses estive 164 horas online a ministrar formação no modelo síncrono. O que significa, aproximadamente, 27 horas por mês, 7 por semana.

Em seis meses produzi conteúdos para 200 horas de formação assíncrona. O que significa, no mínimo, outras tantas de criação, gravação, edição.

Em seis meses certifiquei duas entidades formadoras e obtive o alargamento de áreas para outra.

No caminho, formei-me como Instrucional Designer e certifiquei-me como formadora de conteúdos digitais para a auto aprendizagem.

Respondi a questões, ajudei sempre que soube, reuni horas e horas. Falei ao telefone mais do que devia.

Tudo isto para dizer que em 2023 decidi desacelerar. E o que descrevi acima é o resultado desse desacelerar. Trabalho menos. Deixo-me procrastinar. Vou ver o mar tantas vezes quantas quero. Respiro mais fundo.

Ainda assim, trabalho muito mais do que quero e o objetivo de desacelerar mantém-se. E trabalho mais do que quero porque o retorno financeiro de todas estas horas é muito baixo. Porque sendo baixo é, não obstante, sujeito a uma carga fiscal brutal. Porque o que contribuo para a segurança social é inacreditável e não sei que retorno terá para além do meu filho frequentar a escola pública. Sei que dou mais ao estado do que ele me dá a mim, neste momento e desde há uns bons anos. Ainda assim, nem por um segundo questiono o estado social como opção ideológica. Questiono sim o estado social que temos à data.

Por isso e porque questiono tanto, entro em julho devagar e sobretudo a refletir.

Esta imagem é minha.

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