Tem sido tema frequente de conversa, o futuro da formação profissional. Por razões diversas, umas de cariz mais económico, outras mais pedagógico, a verdade é que os atores da formação e desenvolvimento iniciaram um questionamento quase existencial de qual será o nosso papel hoje e de hoje em diante.
Não é claro, não é certo mas já está em marcha. Ou seja, no meu entender e tendo passado os anos mais recentes em aprendizagem e reflexão contínuas, uma certeza existe: a formação não volta onde já esteve. Aliás, como nada nesta vida e cada vez menos.
O que pretendo aqui, fundamentalmente, é afirmar a impossibilidade de mantermos os modelos que usávamos no ano 2000. A probabilidade de um grupo de pessoas de pontos geográficos diversos, se deslocar para um local previamente definido, à noite, para fazer parte de um grupo de pessoas que olham para uma apresentação enquanto um formador a explica, é baixíssima. Bem ou mal, este tempo acabou. Não há qualquer espécie de maniqueísmo.
Hoje vivemos dois fenómenos distintos: por um lado, a “formação” (aspas propositadas) transformada em espetáculo, que já abordei noutras ocasiões e não é agora o meu foco, por outro lado, a formação competência e o desafio da digitalização. A formação a distância, o elearning ou o que quer que lhe queiramos chamar, síncrona e assíncrona, procura responder às necessidades permanentes do mercado, sem dúvida, ao nível das mais diferentes competências mas quase em direto. Ou seja, enquanto a mudança ocorre. É como trocar os pneus no meio da corrida do Grande Prémio do Mónaco. A pressão é brutal.
A verdade é que esta nova realidade aporta um esforço excecional para o setor e ao mesmo tempo uma oportunidade extraordinária em direção à credibilização. É aqui que reside, no meu entender, o desafio maior e mais interessante: garantir a qualidade da formação, acompanhar a digitalização, atuando como uma espécie de intermediário entre a panóplia de informação disponível e criada em direto, e o destinatário final da mesma.
Às vezes sinto que, ao mesmo tempo que ministro uma ação de formação, alguém está do outro lado do ecrã a validar o que digo com um qualquer chat de inteligência artificial. E se calhar está mesmo. E o que eu poderei fazer é aceitar e acompanhar com a mesma dedicação de sempre. Se é fácil? Nunca.
Quando terminei este artigo e eu até sou bastante rápida a escrever, perguntei ao Chat GPT como o avalia do ponto de vista do futuro da formação profissional. Em frações de segundos, forneceu-me retorno de uma qualidade inquestionável, num texto bem estruturado, dividido em seis pontos de análise, bem escrito e ainda com sugestões de desenvolvimento. Ora, se isto não é o futuro a acontecer agora…


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