“Shots” de Conhecimento: por que é que o microlearning é o futuro da aprendizagem em contexto de trabalho?

Vivemos numa era paradoxal: nunca tivemos tanto acesso à informação e, ao mesmo tempo, nunca sentimos tanta dificuldade em aprender. Onde anda o tempo? Entre reuniões e notificações, a nossa capacidade de foco tornou-se o recurso mais escasso do mercado. E esta é uma “verdade de La Palisse”.

Ora, foi precisamente neste contexto que surgiu o microlearning — e eu ganhei uma nova paixão!

O que são, afinal, estes “Shots” de Conhecimento?

Microlearning não é pegar num vídeo de uma hora e cortá-lo em dez partes. É muito mais do que isso. Microlearning é uma unidade de aprendizagem curta, focada e, acima de tudo, autónoma. Cada conteúdo deve ter um objetivo único. Por exemplo: em vez de tentarmos criar conteúdo para aprendizagem sobre “Gestão de Equipas” num só vídeo, focamos num “shot” sobre “Como dar um feedback construtivo em 3 passos”.

Por que funciona?

A ciência explica:

  • Combate à Curva do Esquecimento: O cérebro retém melhor a informação quando esta é entregue em doses pequenas e frequentes, em vez de uma única carga cognitiva massiva.
  • Aprendizagem Just-in-time: O microlearning permite que o participante aprenda exatamente o que precisa, no momento em que precisa.
  • Menor Barreira de Entrada: É psicologicamente mais fácil comprometermo-nos com 5 minutos de aprendizagem do que com uma tarde inteira de formação. Isto aumenta drasticamente as taxas de conclusão e de integração do conhecimento.

Como desenvolvo estes conteúdos?

No trabalho que tenho desenvolvido em microlearning, o meu foco principal é a curadoria impiedosa — para usar uma expressão bem moderna! O processo divide-se em três etapas essenciais:

  1. Refinação: Identifico o que é essencial (need to know) e removo o que é apenas interessante (nice to know). Num “shot” de conhecimento, menos é quase sempre mais.
  2. Design de Experiência: Utilizo formatos variados — desde vídeos dinâmicos e infográficos interativos a quizzes rápidos de reforço — para garantir que o utilizador está ativo e não apenas a consumir passivamente.
  3. Contextualização: Cada “shot” é desenhado para ser aplicado no “mundo real” mal o ecrã se desliga.

Este formato é ideal para o contexto corporativo — como no onboarding de novos colaboradores ou na atualização de procedimentos técnicos — mas também para o desenvolvimento pessoal e de soft skills. É a ferramenta perfeita para quem quer manter-se atualizado sem interromper o fluxo de trabalho.

Conclusão: O Futuro é Ágil e é Já

O Microlearning não vem substituir a aprendizagem profunda ou os graus académicos de longa duração. Vem, sim, preencher o fosso entre a teoria e a prática diária. Aprender um pouco todos os dias é, comprovadamente, mais eficaz do que aprender muito apenas uma vez por ano.

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Photo by Mikhail Nilov on Pexels.com

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